Estatuetas mesolíticas esculpidas

c. 10000 a.C.

Estatuetas mesolíticas esculpidas

Origem desconhecida

Desenvolvimento da escultura e da representação material de ideias humanas abstratas

Um dos grandes desenvolvimentos do período mesolítico

(10000 a 4000 a.C.) foi a proliferação de estatuetas esculpi-

das em forma humana ou animal. Embora a escultura figu-

rativa não fosse desconhecida antes do início desse perío-

do - a Vênus, de Willendorf, por exemplo, uma estatueta de

11 centímetros em calcário descoberta na Áustria em 1908,

data de aproximadamente 24000 a.C. -, a maior parte das

esculturas era exclusivamente utilitária (potes sem adorno

e copos para beber).

     A primeira destas efígies foi confeccionada no Japão

durante o período Jomon, mais ou menos durante o Perío-

do Mesolítico. A cerâmica Jomon foi feita sem o uso de

rodas de olaria (criadas por volta de 4500 a.C.), moldando

camadas finas e arredondadas de argila molhada nas formas

desejadas e então queimando-as em fornos em temperatu-

ra média. A palavra Jomon significa "marcas de cordas". A ola-

ria do período Jomon começou com simples jarras e potes,

e mais tarde surgiram estatuetas conhecidas como dogu.

     As efígies dogu já existiam por volta de 15000 a.C. Elas

são ocas e feitas de argila, geralmente tendo o verme-

lho como cor dominante. A maior parte mede entre 10

e 30 cm de altura e representa figuras femininas com o

corpo moldado em forma de ampulheta, rostos longos

e olhos grandes (muitas das quais parecem estar usando

óculos). Algumas das mulheres são representadas grávi-

das, com abdomens protuberantes, cobertos com estam-

pas avermelhadas. Acredita-se que estas fossem símbolos

de fertilidade.

     Em 1986, as ruínas de um templo mesolítico de cerca

de 10000 a.C. foram descobertas nos arredores de Sanliur-

fa, no sudeste da Turquia. Dentro havia estatuetas criadas

no oitavo milênio antes de Cristo representando huma-

nos sem cabeça e com genitais protuberantes, juntamente

com efigies de corças, raposas, porcos, escorpiões, cobras,

cegonhas e lobos. Pesquisadores que estudaram as escul-

turas sugeriram que, em vez de importantes símbolos cul-

turais ou religiosos, conforme previamente imaginado, as

obras podiam ter sido simplesmente brinquedos. GL

Retirado do Livro 1001 Ideias Que Mudaran Nossa Forma de Pensar