Fantasmas

5000 a.C.

Fantasmas

Mesopotâmia

Existência de almas ou espíritos humanos desencarnados

Desde os primórdios da civilização moderna na Mesopotâ-

mia antiga, por volta de 5000 a.C., as pessoas acreditavam em

fantasmas e almas penadas. Embora a maioria das tradições

religiosas não seja clara a respeito da maneira através da qual

a alma ou o espírito humanos se relacionam com o corpo, a

distinção entre ambos - com a alma humana sendo, de algu-

ma maneira, a "pessoa verdadeira" - raramente foi questiona-

da. Embora "fantasmas" e "alma humana" sejam normalmente

tidos como sinônimos, esses termos não significam exata-

mente a mesma coisa. Enquanto "alma humana" é um termo

positivo, "fantasma" é, de maneira geral, negativo, indicando

um estado não natural da alma desencarnada.

    Da Mesopotâmia ao Japão houve uma forte noção de

que a alma humana não deve ser desencarnada, embo-

ra isso possa ocorrer. Dessa forma, sempre existiu uma

espécie de horror universal em relação à possibilidade de

desencarnar. Deuses e anjos podem funcionar normal-

mente sem corpos - ou ao menos a nossa concepção de

corpos -, mas humanos, não. A Odisseia de Homero (850

a.C.) oferece um exemplo típico disso ao mostrar as almas

penadas famintas por sangue, uma vez que sangue e carne

são o que constituem o humano. Sem sangue, ou melhor,

corpos, armas penadas são limitadas e incompetentes.

    Em tradições xamânicas, no entanto, fantasmas fre-

quentemente são consultados visando a obtenção de

conhecimento ou conselhos por meio da prática de necro-

mancia. Religiões abraâmicas consideram isso uma práti-

ca maligna, presumivelmente porque as almas penadas,

ou fantasmas, vagando pelo submundo, somente podem

ser contatadas via espíritos do submundo (demônios) e,

portanto, toda a prática seria contaminada com atividades

malignas ou demoníacas. Para tais religiões, a condição de

fantasma deve ser curada. AB

Retirado do Livro 1001 Ideias Que Mudaram Nossa Forma de Pensar